O Templo do Senhor

O Templo do Senhor
15 anos batalhando pela fé que foi entregue aos santos.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Casamento Misto

O Casamento Misto

Dentro de uma sociedade que prega a liberdade total de ações encontramos a Igreja numa situação não muito confortável, pós a mesma não pode andar de conformidade com o padrão vigente e imperante desta sociedade. Está situação torna-se evidente em alguns dilemas em que o povo de Deus envolver-se, este é caso do casamento misto ou jugo desigual.
Para podermos discorrer de forma lógica precisamos primeiramente esclarecer o que seria um casamento misto a principio podemos afirmar que se trata de um relacionamento pessoal e matrimonial de duas pessoas que não professam o mesmo credo, proveniente de religiões diferentes, aplicando esta definição de forma particular seria um relacionamento entre uma pessoa filha do pacto e uma gentil, ou seja, um cristão com um incrédulo. Com relação a isto existe motivo para tanto alarido? Ou polemica? Qual o mal que há entre duas pessoas se relacionarem, ou melhor um homem e uma mulher terem uma vida conjugal. Em geral não existe problema algum. Entretanto para aquilo que Deus estabeleceu como sendo o padrão de povo separado e santo há muitos problemas. Então passemos a analisar segundo esta perspectiva qual seja as implicações para o casamento misto.
No A.T. Deus ordena para que seu povo não se misture com os povos visinhos para a preservação da sua pureza e santidade isto encontramos em : Dn 2:43 “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão pelo casamento; mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.”; Gn 6:2; Jz 2:6 “tomaram por mulheres as filhas deles, e deram as suas filhas aos filhos dos mesmos, e serviram aos seus deuses.”.
Chegando no N.T. observamos o mesmo padrão no qual o apostolo Paulo estabelece duras observações a qualquer possibilidade desta pratica vejamos II Cor. 6:14-18, pois segundo o texto não pode existir comunhão entre trevas e luz.
Com relação a tudo isto que já vimos podemos concluir o seguinte o que existe na verdade é uma carnalidade evidente dentro do povo de Deus que deveria ser santo porque para muitos, pouco importa a vida piedosa quando da escolha daquela pessoa que será parte integral da própria carne por isto é preciso repensar I Pd. 2:9 o que seja ser povo escolhido nação santa propriedade exclusiva de Deus.
Pr. Neilson José da Silva

A Pena de Morte

Pena de Morte

Atualmente no meio evangélico certamente não existe um assunto que seja mais polemico do que a pena de morte, ou seja, a pena capital. Entretanto de onde provem está polemica? E porque ela é ocasionada? Isto nós tentaremos compreender em poucas palavras .
Tais polemicas são oriundas de diversos seguimentos da sociedade, mais claramente podemos identificar algumas instituições que sempre estão à frente dos manifestos e levantes pulares, tanto no Brasil como no mundo entre estas podemos salientar a Anistia Internacional a qual estar totalmente impregnada com os princípios humanistas os quais militam sem qualquer critério real valido de valorização da vida humana. Devido a isto podemos salientar que muita desta dita valorização é inconsistente ao valor restritivo da pena capital. Outra instituição que se coloca determinantemente contra a pena capital é justamente a Igreja Católica Romana outrora uma velha aliada da mesma a qual já fez uso indiscriminado da tal e hoje a rejeita como um marido que trai a esposa e ainda abandona e difama perante a sociedade.
Aqui chegamos a este ponto com as seguintes idéias: À Anistia Internacional não faz uso de nenhum critério absoluto, e a Igreja Católica Romana a muito anda errante, os protestantes o que pensam. É exatamente neste ponto em que reside o problema por terem uma regra absoluta e um Senhor imutável deveriam ter como resultado uma proposta coesa e exata, isto seria uma conclusão bastante querente. Entretanto não é isto que vemos, mas, sim o oposto, encontramos os protestantes em geral divididos no que diz respeito à pena capital, uns se colocam favoráveis, outros contras e muitos se negam a ter um posicionamento.
Agora surgi uma pergunta, porque ocorre essa divisão no que diz respeito à pena de morte?
Podemos concluir que tal divisão ocorre devido à falta de uma correta interpretação e aceitação dos padrões de justiça que a Palavra de Deus estabelece como regimento perpetuo. E aqueles que se colocam contra a pena capital levantam alguns argumentos tais como:
1- Vivemos na graça e não mais na lei.
2- A lei moral expressa não matarás.
3- Quando é tirada a vida de alguém estamos atentando contra a imagem de Deus.
Em relação aos argumentos supra citados podemos afirmar o seguinte.
1- A pena capital é anterior a própria lei e o decálogo (Gn. 9:6)
2- A lei moral não proíbe a pena capital e sim enfatiza a santidade da vida, ou seja, proíbe de forma objetiva o assassinato.
3- A vida para Deus é tão preciosa que se alguém tira outra, perderá a sua própria, por não estar tão só, atentando contra o seu semelhante e sim por atentar contra a imagem de Deus, é justamente para preservar a imagem de Deus que a pena capital foi instituída (Gn. 9:6).
Entretanto este direito da aplicação da pena capital não pertence ao individuo e sim ao governo legitimamente instituído (Rm. 13:1-4) como a própria palavra estabelece não há autoridade que não provem Deus.
Pr. Neilson José da Silva

Divocio na Bíblia

O DIVÓRCIO NA BÍBLIA

“O resumo de uma posição equilibrada sobre o assunto nos dirá que tudo deve ser feito para manter o casamento”O divórcio tem sido uma das questões mais complexas da atualidade। Muita gente tem até receio de discutir o assunto abertamente – todavia, não se pode esquivar-se deste tema, que tem afetado a Igreja Evangélica। De um lado, os mais conservadores rejeitam o divórcio em toda e qualquer situação, mesmo nos casos de infidelidade conjugal। De outro, os liberais fazem uma releitura dos textos bíblicos que tratam da questão, sob a justificativa de que os tempos são outros e que ninguém deve ser obrigado a sofrer para sempre ao lado de quem não gosta। Diante de tanta polarização, é preciso lançar luz bíblica sobre a questão। Da perspectiva hermenêutica, deve-se ressaltar a importância do casamento registrada em Gênesis 2।18-24, na criação; e em de Deuteronômio 24।1-4, que fala da permissão para o divórcio. Todavia, a direção clara sobre o divórcio, em termos práticos, aparece, sem dúvida, no Novo Testamento. Como é bem conhecido, os textos dos evangelhos sinóticos que tratam do assunto são Mateus 5.31-32; Marcos 10.1-12; Lucas 16.16-18; e Mateus 19.1-12. Destes, o mais detalhado e significativo é aquele registrado por Mateus. Uma análise atenta do texto irá nos mostrar alguns fatos: *O divórcio era comum e fácil já nos dias de Jesus.*Cristo coloca o homem e a mulher em pé de igualdade. Entre os judeus, nenhuma mulher podia divorciar-se de seu marido. *Havia uma discussão entre os rabinos sobre o divórcio no tempo de Jesus. A questão era a interpretação das escolas de Hillel e de Shamai. A primeira aceitava o divórcio por “qualquer motivo”; a segunda, somente por “algo indecente” (ambos a partir da interpretação de Deuteronômio 24.1-4). Jesus posiciona-se do lado dos de Shamai, rejeitando a separação por “qualquer motivo” *Jesus procura mostrar que Deus está mais interessado no casamento do que no divórcio. Por isso, volta a atenção da discussão para a teologia do casamento na criação. Sua postura era clara: o casamento é monogâmico e deve durar por toda a vida.*É preciso dizer que a poligamia ainda era tolerada pelos judeus, pois o Antigo Testamento nunca a condenou.*O pecado praticado no divórcio, conforme Mateus 19, está relacionado com a quebra dos votos do casamento, isto é, a infidelidade.*A certidão dada pelo marido na ocasião da separação da mulher trazia uma frase que permitia a ela um novo casamento. Isso porque os judeus não incentivavam uma vida de solteiro.*Jesus corrige a teologia judaica, afirmando que a base teológica correta é “o princípio” e não “Moisés”. Aqui vemos o ideal cristão de restauração de todas as coisas conforme o princípio.*Como os judeus aceitavam a poligamia, especialmente no caso da escola de Hillel, o homem só adulterava se tomasse a mulher de outro homem.*A postura de Jesus tem a finalidade de proteger a mulher injustamente “despedida”.*Cristo afirmou inequivocamente que um divórcio não válido implica em adultério.Tudo indica que Jesus admite algum tipo divórcio ou de anulação do casamento em Mateus 19. O problema é o sentido de porneia, tradicionalmente traduzido por “prostituição”, cuja interpretação é de fato “imoralidade sexual”. A visão mais conservadora sugere que o termo se referia ao que acontecera antes do casamento – o marido descobria que a mulher não era virgem, e assim anulava o casamento. Outros até sugerem que a idéia fosse a de consangüinidade. A posição mais comum e mais fundamentada entende que Jesus se refere ao depois, isto é, se acontecesse alguma porneia. O termo não é literalmente adultério (moicheia), usado depois no texto. O significado da palavra é amplo e pode referir-se a qualquer tipo de imoralidade sexual. A comprovação dessa imoralidade permitia o divórcio sem culpa por parte do ofendido. Assim, o resumo de uma posição equilibrada sobre o assunto nos dirá que tudo deve ser feito para manter um casamento. Ainda que haja adultério, deve-se buscar restaurar o casal, a menos que isso seja impossível, se uma das partes insiste em viver na “imoralidade sexual”, o que pode englobar uma série de práticas como adultério, homossexualismo, bestialidade, incesto e pedofilia. Infelizmente, o divórcio é um remédio amargo que se toma para evitar viver em bigamia, poligamia e promiscuidade. Todavia, a questão se torna mais complicada diante de I Coríntios 7. A dificuldade é que o texto parece sugerir que a separação é até compreensível, mas o recasamento é inaceitável. É preciso ressaltar desde o início que o contexto é bem diferente do que vemos nos evangelhos. Em I Coríntios 7, o problema principal é o casamento misto. A pergunta que se fazia não era sobre adultério ou traição. A questão era: o convertido a Cristo deveria abandonar seu cônjuge pagão? Com base no versículo 1, parece que alguns cristãos não queriam ter relações íntimas com o cônjuge descrente. Além disso, é importante ressaltar que o casamento misto sempre foi condenado pelos judeus – tanto, que os filhos desses casamentos eram tidos como ilegítimos. O mesmo problema aparece aqui. Alguns cristãos achavam que deveriam separar-se do seu cônjuge pagão para que seus filhos fossem “santos”. Ao lidar com a questão, Paulo mostra-se muito prático. Uma razão para isso era que a lei romana era muito flexível e liberal para com o divórcio. Muitos simplesmente abandonavam o cônjuge. Ao chegarmos ao versículo 10, vemos que Paulo ordena que a mulher não se separe do marido. O texto refere-se à ordem de Jesus e aplica-se contextualmente. Tal orientação destina-se a mulheres crentes que achavam que deveriam deixar o marido descrente. Seguindo o ensino de Cristo, ela não poderia casar-se de novo, pois isso seria adultério, conforme Mateus 19.9. Aqui não houve porneia. No caso de imoralidade o divórcio foi permitido; no caso de um motivo injustificado, como o caso de um cônjuge pagão, o divórcio é proibido. Todavia, caso a convivência ficasse impossível, a separação era aceitável, mas não o recasamento. Assim, o cristão estava proibido de casar-se de novo. A questão parece ser diferente nos versos de 12 a 15. O texto fala agora de cristãos que poderiam ser abandonados pelos cônjuges descrentes. A ênfase é fazer o possível para continuar casado – mas, se o descrente resolvesse separar-se, o cristão não seria culpável (v.15). A dificuldade de interpretação no verso 15 é a frase “debaixo de servidão”. As sugestões são várias: a pessoa estaria livre da lei de Cristo (Mt 19) e poderia divorciar-se; a pessoa estaria livre para separar-se, mas não deveria escravizar-se a nenhum outro cônjuge; a pessoa estaria livre da escravidão do marido; a pessoa, isto é, a mulher estaria livre pela primeira vez para escolher o seu futuro. A frase parece indicar possibilidade de novo casamento, caso um dos parceiros fosse abandonado por um cônjuge descrente que definiu sua situação com outra pessoa. Finalizando, vale mencionar que a frase “chamou para a paz” parece indicar uma expressão rabínica que significaria “fazer justiça sem ser muito legalista”. Isso indicaria a flexibilidade de Paulo neste caso específico.
Luiz Sayão
Teólogo, hebraísta, escritos e tradutor da Bíblia. É também professor da Faculdade Batista de São Paulo, do Seminário Servo de Cristo e professor visitante do Gordon-Conwell Seminary.
Fonte: Revista Eclésia